O sonho de Amanda
Sempre que alguém perguntava para a pequena Amanda o que ela gostaria de ser quando crescesse, a resposta, invariável, não era atriz, cantora, dançarina ou astronauta. Desde cedo demonstrando uma determinação que a acompanharia durante toda a vida, Amanda era categórica: ela queria ser médica.
“Não houve nada em específico que me fez querer fazer medicina”, reflete Amanda, do alto de seus 18 anos. “Mas eu sempre soube que pra fazer medicina teria que ser boa aluna e tirar boas notas, então procurei me dedicar bastante a isso”.
Amanda Sayuri Takahashi Ferreira nasceu e cresceu em Cambé, no norte do estado, onde vive com a família. O pai, Armando, é funcionário público, a mãe, Léia, advogada, e, o irmão, 10 anos mais velho, também Armando, engenheiro agrônomo. Ela também tem uma fiel companheira em casa: Nina, uma Lhasa apso de seis anos.
O ambiente familiar foi sempre muito importante para Amanda, que teve nele não apenas o apoio incondicional para seu sonho de cursar medicina, mas também muito incentivo para que desenvolvesse o gosto pelos estudos, principalmente por parte da mãe. Foi por sua própria experiência em casa que Léia sabia ser necessário apoiar os filhos nessa direção. “Sempre achei muito importante incentivar os dois a estudarem, porque meus pais tiveram pouco estudo e eu percebia a dificuldade que eles tinham em melhorar de vida”, ela lembra. “Por isso eu entendia que o estudo era importante, fazer uma boa faculdade era importante, ter uma profissão bacana era importante”.
De natureza introvertida, Amanda tem a leitura como hobby. E lê de tudo: ficção, aventura, suspense, autoajuda e o que mais lhe despertar interesse. O hábito sempre foi incentivado pela mãe, que a presenteava com um livro sempre que podia. Com o tempo, a coleção de Amanda foi aumentando e Léia resolveu adaptar um pequeno espaço isolado da casa para acolher a filha e os livros: com uma prateleira, mesa e cadeira, criou o “cantinho de leitura”, que iria se mostrar essencial no futuro.
OS ESTUDOS E O APROVA PARANÁ - Toda a trajetória escolar de Amanda foi trilhada no ensino público, desde a pré-escola no CMEI Dr. Daisaku Ikeda. Ao terminar o ensino fundamental, ela tomou a iniciativa de pedir aos pais sua transferência para uma escola diferente, o Colégio Cívico-Militar Érico Veríssimo. Essa decisão foi de ordem muito pessoal, porque Amanda não se sentia acolhida pelos demais alunos. Decisão essa da qual não se arrependeria. “Todo mundo foi legal comigo, desde o dia em que eu cheguei!”, lembra Amanda. “E todos os professores do Érico são maravilhosos, sem exceções. O ensino é excelente!”.
Já integrada ao Érico Veríssimo, quando iniciava o terceiro ano do ensino médio e com a iminente proximidade do vestibular, Amanda achou que poderia fazer ainda mais pelos estudos: matriculou-se em um cursinho pré-vestibular online. A ideia foi sugerida pelo irmão. “Ele sempre me disse que seria muito bom eu fazer cursinho junto com as aulas regulares, pois teria chances de ingressar na faculdade assim que terminasse o ensino médio, que assim eu iria ganhar tempo”.
Além disso, Amanda tomou uma decisão que pode parecer chocante para alguém de sua idade, mas que deixa claro o comprometimento com que encarava seus estudos: ela abandonou o celular. “Percebi que o celular me fazia perder muito tempo e tirava meu foco. Também excluí todas as minhas redes sociais”.
E assim, durante todo o ano de 2024, Amanda alternaria os estudos no colégio, no período da manhã, com as aulas online do cursinho, no período da tarde, no outrora cantinho de leitura, agora convertido em cantinho de estudos. “Eu queria estar preparada para os vestibulares, para o Enem e, principalmente, para a Prova Paraná Mais”.
Pois o resultado desse comprometimento, de seus anos de estudo e, não menos importante, de todo o apoio que recebeu em casa, pôde ser conferido no dia 6 de fevereiro deste ano, quando foi publicada a lista dos classificados na primeira edição do Programa Aprova Paraná Universidades: lá estava o nome de Amanda entre os aprovados no curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
“Meu sonho era entrar na UEL e eu queria muito entrar logo depois do ensino médio. Pelo vestibular eu tinha ido pra segunda fase, mas não fiquei muito bem colocada. Então, o Aprova Paraná me deu uma oportunidade maravilhosa, foi sensacional ver que eu tinha conseguido passar na UEL”, confessa ela, sem esconder a emoção.
Amanda ainda foi aprovada em medicina na UFPR pelo SISU e na UNICESUMAR de Maringá pelo PROUNI, com 100% de bolsa, como se aquele sonho que ela perseguiu desde pequena já estivesse realizado desde então.
“Eu tinha certeza de que ela seria médica, por causa do desempenho dela na escola, sempre muito focada, muito estudiosa, muito comprometida. Eu sempre acreditei que se ela continuasse com essa dedicação não teria como dar errado”, comemora, orgulhosa, sua mãe, Léia.